segunda-feira, 29 de março de 2010

Markinhos

Eu tenho um amigo chamado Marcos. Na verdade, conheci ele como Markinhos. Hoje, chamo-o carinhosamente de Kinho. Ele é assim:



Se você me perguntar como ou aonde o conheci, não vou saber te responder... eu conheci, um dia, em algum lugar, virou conhecido, colega, amigo, e depois, sem que eu pudesse me dar conta, tornou-se um vício.

Você conhece alguém que tenha muito talento? Mais do que ele? Duvido. Não tem nada que o Kinho coloque as mãos que ele não torne bonito. É uma das pessoas de quem eu mais sinto falta nesta minha vida corrida em São Paulo.

Markinhos é doce, mas também é ácido. E azedo também. Tem um humor que eu adoro, apesar de muitas pessoas não entenderem. Às vezes é animado demais, outras deprimido demais, como todo mundo... foi ele que me falou pela primeira vez sobre a "auto sabotagem", arte na qual ele é mestre.

Ele já me viu chorar, já me viu com medo, já me viu com dor-de-cotovelo. Já me deu bronca e já levou branca minha também. Já riu da minha cara, já virou a cara para mim, mas mesmo assim, nunca deixei de amá-lo loucamente. Já ficamos bêbados e já rimos de outros bêbados. Já inventamos "universos paralelos", amigos imaginários, receitas malucas, projetos de vida, de decoração e mil coisas... algumas realizamos, outras não. Teve um ano que a gente enrolou tanto brigadeiro e encheu tanto balão para festinhas caseiras que eu cansei disso por umas 3 vidas, pelo menos. Aaaah, a gente adora festinhas caseiras... sempre arranjávamos uma desculpa qualquer, para reunir um pessoal na casa de alguém e ficar falando bobagem, bebendo, rindo, assistindo vídeos e filmes deliciosos... bons tempos.

Não bastasse tudo isso em uma só pessoa, ele ainda tem uma mãe que além de linda, faz um macarrão na manteiga ao molho sugo que só de me lembrar eu fico com fome... e suco de frutas de verdade, gente! Goiaba sempre foi meu preferido... Às vezes penso que uma pessoa como o Marcos, só poderia mesmo ter saído de dentro da D. Edina... ela é única... e sabe que o filho é "artista"...

Ah, meu amigo... saudades imensas de você.

Te amo forte forte forte.

sexta-feira, 26 de março de 2010

E se eles forem inocentes?

Sexta, 26 de março de 2010, 08h01
Marcelo Carneiro da Cunha
De São Paulo

Estimados leitores, aqui da frente do Fórum de Santana envio a todos um abraço afetuoso enquanto o circo humano, ou nem tanto, se desenrola aqui fora, e o drama real, duro e sem solução se desenrola lá dentro.

Do lado de fora temos curiosos, tolos, produtores de cartazes com mensagens lacrimosas, temos o inevitável pastor evangélico, esse tão insuportável que foi expulso no terceiro dia, antes que até Cristo ressuscitasse para parar a cantoria. Temos a imprensa, precisando dar alguma coisa, qualquer coisa de volta ao seu público, ávido por detalhes desse drama nacional. Temos vendedores, já que isso também não deixa de ser um templo, temos a tristeza de ver os que entram, e ficamos nos perguntando como vão sair, se vão sair.

O mais doloroso de tudo isso é que esse drama não se encerra aqui, nem se encerra jamais. Nada vai mudar o fato irreversível de que uma menininha foi barbaramente assassinada e que isso não costuma ter volta. Nada muda o fato de que várias pessoas, ou pelo menos várias vidas são extintas ao mesmo tempo. Temos a mãe, a segunda maior vítima, não importando quem tenha cometido o crime. Temos os acusados, que por sua vez têm filhos, que há dois anos se tornaram órfãos de fato por conta do crime ou da tragédia do qual, da qual eles não têm a menor culpa. Temos os avós, cujas vidas são redesenhadas por um acontecimento como esse, em um momento de suas vidas em que pouco têm a fazer a não ser tentar remendar os seus dias em busca do que mesmo?

Temos um júri e temos um juiz, com uma decisão duríssima a tomar nos próximos dias, sabendo muito bem o que o país espera.

Eu acho que o caso da menina Isabella doeu em todo mundo de uma maneira especial, assim como o menino João Hélio nos machucou a todos. No caso do menino, a causa do crime foi o absurdo e a demência dos dementes de plantão, seres tão desconstruídos que, ao cometerem barbáries, não nos surpreendem por serem eles os culpados, mesmo que nos surpreenda, como nesse caso, a intensidade da barbárie.

No caso da menina, os possíveis culpados são gente que habita a nossa visão do que seria a normalidade, e com a qual conseguimos nos identificar, e, talvez por isso seja maior a nossa incompreensão ou medo de compreender. Quando olhamos para eles, o que pensamos, acho, é que se eles puderam, se o fizeram, será que poderíamos nós mesmos fazer algo assim? E isso, estimados leitores, assusta. O quanto normais somos, afinal? Do que somos mesmo capazes, nas situações extremas e nas quais ainda não fomos testados? Qual o espaço de escuridão que habita as partes menos conhecidas da nossa alma? Somos bons, somos maus, e quanto de cada?

Enquanto o drama se desenrola, e uma ordem se estabelece, eu deixo de pensar no que aconteceu, e que não tem jeito, e penso um pouco no que vai acontecer, de qualquer jeito: um júri vai dar um veredito. Pessoas normais, como você, estão ali sentadas, olhando para o que acontece e tentando chegar a uma, e apenas uma conclusão: existem provas, além de qualquer dúvida, que afirmem que os acusados são culpados do que são acusados, ou não? Não é necessário provar que sejam inocentes para que eles saiam livres. Basta a promotoria não conseguir provar, além de qualquer dúvida, a culpa. Não comprovada a culpa, eles são livres, mesmo que não inocentes.

"In dubio pro reo", dizia a plaquinha sobre a mesa de trabalho do meu pai juiz. Na dúvida, a favor do réu, lembrem sempre disso. E lembrem que, se forem inocentes, esses dois acusados são hoje as pessoas mais injustiçadas desse país.

Eu acho que o Brasil teve um exemplo importante da destruição produzida por um julgamento precipitado, no caso da Escola Base. O custo, terrível para os pobres donos da escola, se tornou um ganho importante para todos os acusados de crimes em nosso país. As pessoas aprenderam que não podem julgar, que precisam esperar, que devem refletir, e que todos somos inocentes até prova em contrário.

E eu vou dizer a vocês o que eu acho. Eu acho que talvez não existam provas definitivas e capazes de estabelecer a culpa dos dois de maneira acima de dúvidas. Acho que, quando promotor e delegado falam com firmeza demais, alguma coisa pode estar frágil. Acho que houve erros em excesso, e que o caso da Promotoria talvez não se sustente tão firmemente quanto se faz necessário para que as pessoas desse júri possam decidir com a certeza e a tranquilidade de que precisam, para afirmar a culpa.

E acredito que a melhor forma de prestar nossa homenagem a uma menininha é buscar da melhor maneira a explicação para a sua morte, ao mesmo tempo em que respeitamos da maneira mais dura e completa o processo legal, o único que pode nos proteger dos maiores erros, aqueles cometidos nos momentos em que temos tempo, calma e o direito, para refletir e julgar.

Marcelo Carneiro da Cunha é escritor e jornalista. Escreveu o argumento do curta-metragem "O Branco", premiado em Berlim e outros importantes festivais. Entre outros, publicou o livro de contos "Simples" e o romance "O Nosso Juiz", pela editora Record. Acaba de escrever o romance "Depois do Sexo", que foi publicado em junho pela Record. Dois longas-metragens estão sendo produzidos a partir de seus romances "Insônia" e "Antes que o Mundo Acabe", publicados pela editora Projeto.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Irmãs



Essa foto foi tirada há muuuuuito tempo, muito provavelmente em um domingo ensolarado, no sítio dos meus avós maternos. Lá tinha uma área grande onde meu avô secava os grãos de café colhidos. A gente chamava esse terreno de "terrerão". Não sei quem batizou o local, mas pegou. Além desse monte de areia, onde eu e minhas irmãs fazemos a festa, tinha uma tulha e um trator beeeem velho onde eu adorava brincar. Minha avó criava galinhas e cachorros, acho que tinha uns seis... Lá, a gente chupava manga no pé, fazia pamonha, curau... Ela tinha vaca leiteira e porcos também. Houve uma época em que meu avô criava bicho-da-seda também.
Antes de começar a ir para a escola, eu ia quase todos os dias para o sítio. Meu avô tinha um canteiro de moranguinhos só para mim, que a minha avó amassava com açucar em um pirex para eu comer. Tinha també cenouras fresquinhas: eu gostava de pegar elas direto da terra, lavar e comer, igual ao Pernalonga, ainda com as folhas... rsrsrs...
Na foto, estou eu (ao centro), minha irmã Erica (esquerda) e a Jane (em pé, a direita) e a Tania (sentada, a direita). São as minhas três irmãs. Hoje, estamos todas casadas e felizes, com filhos (exceto eu, que sou a única que ainda não teve filhos). Formamos famílias lindas... um pouco distantes, mas perto do coração.
Rezo a Deus todos os dias, agradecendo por ter uma família e pedindo luz, paz e proteção para minhas irmãs e suas famílias.
Família é uma coisa muito importante na vida da gente. Irmãs, irmãos... são as pessoas que sempre estarão conosco, não importa quão longe, quão diferentes, quão complicados sejam...

segunda-feira, 15 de março de 2010

Mamãe



Não seria justo começar este blog sem falar dela, que foi a melhor mulher que já conheci. Isso, lógico, por que ela era a minha mãe. Todo mundo deve pensar o mesmo de suas mães, mas para mim, a minha foi a mais especial.

Minha mãe sempre trabalhou muito para cuidar da casa, marido e de 4 filhas. Não estudou muito, mas fez o melhor que podia com as ferramentas que Deus lhe deu. A imagem que tenho de minha mãe é sempre d'ela trabalhando: cozinhando, lavando roupa, costurando... ela me ensinou que todo trabalho é digno e que tudo que se faz com honestidade traz bons frutos. Sempre quis que eu estudasse para que não tivesse que passar pelo que ela passou, e não mediu esforços para que eu tivesse a melhor educação e formação (sim, são coisas diferentes) que ela pudesse me proporcionar. Graças a ela eu sei o valor de uma boa formação e consigo dar o devido valor ao seu esforço. Quando terminei a faculdade, pensei muito nela e fiquei feliz por pela minha conquista e ao mesmo tempo triste por não poder compartilhar com ela. Mas também sei que ela sabe o quanto o fato de eu ser filha dela contribuiu para tudo isso.

Eu poderia escrever milhares de palavras sobre minha mãe, mas elas jamais seriam suficientes para expressar a minha admiração, meu amor e as saudades que sinto dela, do seu cheiro, das suas palavras, de seus gestos. Muitas vezes me lembro do jeito que ela se sentava no sofá, da forma como mordia os cantos da boca, do formato de suas unhas (eu achava tão bonitas!), das suas músicas favoritas, das risadas... Quando ela se foi, muita gente me disse que "aquilo"que eu estava sentido passaria... era mentira. Ainda hoje, mais de 10 anos depois, ainda sinto falta dela. Mas me acostumei com esse vazio. Sei que onde quer que ela esteja, ela deve estar feliz por que sabe que continuo aqui, me lembrando de tudo o que ela me ensinou e lutando pelos meus objetivos.

Obrigada, mãezinha... por tudo. Pelas coisas que você me ensinou, pelas chances que você me deu ferramentas para aproveitar. Pelas minhas irmãs, que apesar de estarem longe, são a família que você me deu e eu amo muito. Obrigada por me ensinar, em tão pouco tempo e apesar da minha imaturidade, a ser uma boa pessoa e acreditar em mim mesma. E me desculpe pelas minhas falhas óbvias como filha. Espero ter feito a sua vida aqui pelo menos um pouquinho feliz. Sinto saudades.

Apresentação

Esta deve ser a minha milésima tentativa de manter um blog. São muitas redes sociais para uma pessoa só... mas acho que blog é uma coisa diferente das redes sociais, por isso, vou tentar escrever aqui sobre pessoas, acontecimentos, pensamentos, enfim, fatos importantes da minha vida.

Vou começar comigo mesma:
Nasci há mais ou menos 32 anos atrás, em uma cidadezinha do interior do Estado do Paraná, chamada Apucarana. Fui batizada como "Glaucia Hitomi Yagura": Glaucia - em homenagem a uma certa amiga de minha mãe que jamais conheci; Hitomi - sabe-se lá por que; e Yagura por ser o nome de família de meu pai. Apesar de ter nascido em Apucarana, morávamos em uma outra cidade, menor ainda, chamada Diamante do Norte. Mais tarde, nos mudamos para Arapongas, onde ficava a maior parte da família. Vivi em Arapongas até os 7 anos de idade e então mudamo-nos para Apucarana, onde iniciei meus estudos em uma pré escola chamada "O Girassol". Ainda conservo algumas das amizades desta época. Morei em Apucarana até os 18 anos, e lembro-me com saudades dessa época. Minha infância, adolescência, o primeiro namorado, as primeiras baladas... foi lá que comecei a me descobrir como "pessoa". No domingo de Páscoa do ano de 1997 embarquei pela primeira vez em um avião que me levou até o Japão, onde Deus achou que já era a hora de eu me virar (mais ou menos) sozinha e levou minha mãe para descansar ao lado dele, no que foi, talvez, o pior dia da minha vida. Vivi na "Terra do Sol Nascente" por três anos, conheci pessoas importantes na minha vida, incluindo aí a mim mesma. Foram três anos de aprendizado que ainda hoje, são muito importantes em minha vida. Voltei ao Brasil em 2000 e fui morar em Londrina. Passei no vestibular (sem querer) e concluí meu primeiro curso superior em Junho de 2004. Em Londrina, passei seis anos de minha vida. Resgatei valores familiares, fiz novos amigos, me apaixonei pela vida acadêmica. Mas eu achava que Londrina era muito pequena para os meus sonhos, apesar de ser um lugar onde encontro paz até hoje. Assim, arrumei um novo emprego, fiz minhas malas e me mudei para a maior cidade da América do Sul: São Paulo, que, para mim, sempre foi a terra das oportunidades. Em São Paulo senti saudades e chorei. Mas muito pouca gente viu. Mais encontros, mais despedidas, mais saudades, muitas coincidências, a mão de Deus, algumas oportunidades e acabei mudando de emprego e me casando com a melhor pessoa que conheci na minha vida de andanças. Agora me apresento aqui, neste blog, que será lido (espero) por algumas das pessoas que fizeram parte de todos esses momentos da minha vida. Farei o possível para não me esquecer de ninguém e transmitir a devida importância de cada um na minha vida.
Comentários, críticas, sugestões e opiniões serão sempre bem-vindos, obviamente.
Espero que se divirtam, emocionem e compreendam as minhas palavras aqui.
Um grande abraço a todos!
 
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